Nascido em 05 de março de 1922, filho de um militar fascista e uma professora primária anti-Mussolini, o italiano Pier Paolo Pasolini começou a escrever seus primeiros poemas aos sete anos de idade. Conhecido como o criador de narrativas de alto teor intelectual, sexual e político; Pasolini representou uma combinação explosiva para a sua época. Declaradamente marxista, o diretor transpôs também para suas obras o seu engajamento político.Pasolini estudou literatura italiana, filologia e história da arte na Universidade de Bolonha e, ainda durante seus estudos, publicou o primeiro livro de poesias – Poesie a Casarsa – em 1942. No ano seguinte, foi recrutado pelas forças armadas italianas na Segunda Guerra Mundial e capturado pelos alemães após a rendição da Itália. Conseguiu fugir e se esconder em Casarsa, onde viveu por alguns anos. Em 1947, ingressou no Partido Comunista, mas foi expulso dois anos depois sob a suspeita de corrupção de menores. Mesmo depois desse episódio, o diretor nunca abandonou a ideologia marxista, buscando inspiração nos textos de Antonio Gramsci para transpor para as telas o drama italiano por uma ótica revolucionária.Na década de 50, Pasolini se mudou para Roma e viveu nas favelas da cidade trabalhando como professor. Muitos dos relacionamentos e dos episódios vividos pelo diretor neste período serviram de inspiração para o seu primeiro romance, Ragazzi di Vita (1955), que representou também o primeiro confronto de sua obra com os valores da sociedade italiana. Em 1959, Pasolini recorreu mais uma vez ao seu cotidiano para escrever Una Vita Violenta.Apesar das divergências entre sua obra literária e os interesses da sociedade italiana, sua coletânia poética Le Ceneri di Gramsci, publicada em 1957, ganhou o prêmio Viareggio. Entre 1955 e 1958, ele foi responsável pela edição da revista Officina, suspensa depois que o diretor veiculou um poema que atacava diretamente o Papa Pio XII que estava à beira da morte.A estréia de Pasolini no cinema foi em 1954, colaborando para o roteiro do filme “A Mulher do Rio”, de Mario Soldati. Nos anos seguintes, escreveu para Federico Fellini, Mauro Bolognini e Luis Trenker. No entanto, só nos anos 60 o cinema se tornou foco da obra do diretor.Depois de finalizar o roteiro de “La Commare Secca” – dirigido por Bernardo Bertolucci –, Pasolini escreveu e dirigiu em favelas da Itália seu primeiro filme, “Desajuste Social” (1961). Este filme teve uma repercussão controversa: ao mesmo tempo que foi aclamado nos festivais de Montreal (Canadá) e Karlovy Vary (Tchecoslováquia), encontrou resistência e censura na sociedade italiana. “Mamma Roma” (1962), seu segundo projeto, vivenciou também a mesma reação, ganhando o International Critics’ Prize, no Festival de Berlim e o Italy’s Silver Ribbon.Em 1962, Pasolini se juntou aos diretores Roberto Rossellini, Jean-Luc Godard e Ugo Gregoretti na direção do filme “Relações Humanas”. Neste filme, o episódio de Pasolini, “La Ricotta” trata da recriação da vida de Cristo sob a ótica de um crítico diretor vivido por Orson Welles. Interpretada de forma agressiva pelos italianos, “La Ricotta” rendeu a Pasolini quatro meses de prisão em regime semi-aberto por “atacar publicamente a religião adotada pelo Estado” .O Evangelho Segundo São Mateus” (1964), além de sedimentar o posicionamento ateu do diretor, que se ocupou apenas de transpor para as telas o texto de São Mateus, produziu uma das melhores adaptações de um texto bíblico para o cinema. Mais uma vez Pasolini foi bem-sucedido com a crítica, vencendo o Festival de Veneza e sendo aclamado pelo International Catholic Film Office. “As Bruxas” junto com “Capriccio All’Italiana” são continuações da fábula cômica “Uccellacci e Uccellini”, de 1966, que imortalizaram o personagem Toto. “Decameron” é uma das ricas adaptações medievais de Pasolini inspirada na obra de Boccaccio, vencedora do Urso de Ouro do Festival de Berlim. “As Mil e Uma Noites de Pasolini” – vencedor do prêmio especial do Júri do Festival de Cannes – sugere uma mudança no estilo do diretor, abandonando parte do sarcasmo característico de seus trabalhos anteriores.O último filme de Pasolini, “Saló ou Os 120 Dias de Sodoma”, uma adaptação do romance do Marquês de Sade, foi em muitos aspectos a produção mais perturbadora do diretor. Ambientado na perseguição nazista da Segunda Guerra Mundial, a narrativa se desenrola em torno do seqüestro de um grupo de jovens que é obrigado a viver as barbáries de um campo de concentração.Em 2 de novembro de 1975, Pier Paolo Pasolini foi brutalmente assassinado por um grupo de garotos de programa. Embora não sejam claras as verdadeiras causas do crime, amigos do diretor acreditam que Pasolini foi morto por razões políticas.
baita diretor, filmes com conteudo bem politico, bem diferente dos outros diretores italianos dessa epoca... vale a pena ser visto!!
kisses a tds!!
Eu já babo pelos meus preferidos, mas vou procurar ;P
Valeu a dica, Vivi.
Beijóca!
Pasolini é o tipo de diretor que "causa".
Pasolini se ama ou se odeia, jamais se fica imune a ele.
Tremedo chute no fígado. \m/
X)~
Tu tá exigente héin!? hehehehe
Só a naaata dos clássicos.
Por isso que eu gosto de passear por aqui.
bjo flor
* verificação: jxxady
[eu juro que essas letras de verificação me assustam o_O]
Bah, o meu pai é baita fã dele....nossa, adorei teres publicado sobre ele aqui!
Aliás, viste quem morreu no FDS? O Paul Newman (Neuman)....bah, sacanagem, ele era magnífico!!!
Como eu já te disse esses dias, só os bons tão se indo...aff!
Bju....